Segunda-feira, 28 de Abril de 2008
"Sendo o mês de Maio rico em celebrações relacionadas com a segurança, a saúde e o bem-estar dos cidadãos, designadamente, mês do coração, dia internacional da segurança no trabalho, dia da mãe, dia internacional do enfermeiro, etc., decidimos abordar um tema habitualmente pouco presente nos media, porém tão importante para a nossa saúde e bem-estar - a assertividade.
A assertividade faz muito bem ao coração, contribui para a nossa segurança individual e colectiva, desenvolve-se desde muito pequeninos e é uma competência muito importante nas nossas relações pessoais e profissionais.
Mas afinal o que é a assertividade?
Reys (2006) define-a como sendo “a capacidade de auto-afirmação pessoal, entendida como a expressão directa dos próprios sentimentos, necessidades, direitos legítimos ou opiniões, sem ameaçar ou castigar os outros, sem violar os direitos dessas pessoas”. Enfim, uma competência fundamental em todos os contextos, porém, de particular relevância nas áreas da educação, gestão, saúde, política, etc.
Ainda de acordo com esta mesma autora, ser assertivo significa saber afirmar-se; ou seja, sermos capazes de expressarmos o que queremos, o que sentimos, sem ferir os outros. Implica, não apenas ser capaz de transmitir o que se pensa e o que se deseja mas, igualmente, saber escutar, respeitar as opiniões e os sentimentos dos outros e, no decurso da comunicação, saber criar um ambiente de cordialidade e de confiança.
Segundo refere, “muitas pessoas são espontaneamente assertivas; outras, pelo contrário, estão cheias de dúvidas, de ansiedade, de insegurança… e sentem-se incapazes de expressar as suas opiniões, os seus sentimentos… Estas pessoas, do ponto de vista da saúde, estão em perigo contínuo; sentem-se permanentemente insatisfeitas e condicionadas.”
Sendo a assertividade, na definição simplificada de Dácio (2002), a capacidade de concretizar desejos, incluindo os desejos dos outros, constitui, por isso, uma competência essencial dos líderes efectivos, pois o comportamento assertivo torna a pessoa capaz de agir na prossecução dos seus objectivos sem a inconveniente ansiedade, expressando, sem constrangimentos, os seus sentimentos, exercendo, sem negar os alheios, os seus legítimos direitos.
Em suma, ser assertivo significa saber afirmar-se (sem complexos), defender as suas próprias ideias, as suas preferências, ser responsável, auto-confiante, respeitador, espontâneo possuir uma elevada auto-estima e ter uma imagem positiva de si próprio.
A assertividade não se poderá, contudo, confundir, como muitos vezes acontece, com agressividade, frontalidade excessiva (reactividade), desrespeito ou até mesmo passividade.
Bem sabemos que na nossa sociedade cultivamos ainda muito pouco os ambientes positivos e, por isso mesmo, não nos desiludimos ao constatarmos que poucas pessoas conseguem ser verdadeiramente assertivas. Atitudes do género, “o mundo é dos espertos”, “ a esperteza é mais importante do que a inteligência”, “o parecer é mais importante que o ser”, “ antes quebrar do que torcer”, “os problemas ficam à porta de casa ou do trabalho”, ainda fazem, infelizmente, parte da nossa cultura.
Resta-nos a esperança dos benéficos e recentes contributos da “psicologia positiva”, já aqui anteriormente abordada, dos quais a felicidade, o bem-estar, o optimismo e a inteligência emocional constituem exemplos paradigmáticos."
Por Enfermeiro Élvio Henriques Jesus, Jornal da Madeira, 6 de Maio de 2007
Vários estudos têm demonstrado que pessoas habitualmente assertivas são pessoas muito mais felizes, satisfeitas e saudáveis e, por isso, mais produtivas, criadoras de ambientes pró-activos e indutoras de comportamentos assertivos nos outros. Em três palavras, assertividade gera assertividade!
sinto-me: